A soprano Edmar Ferretti
A soprano Edmar Ferretti é formada em canto em 1958 pelo Conservatório Musical Heitor Vila-Lobos de São Paulo, onde, em 1963, também se diplomou professora de piano.
Em 1962 e 1966, Edmar Ferretti foi bolsista do curso de aperfeiçoamento de canto da Pró-Arte e, de 1966 a 1967, do Conservatório Musical de Genebra, Suíça. Em 1969, gravou canções de Camargo Guarnieri acompanhada pelo próprio compositor ao piano. Em 1972, foi solista da Missa Diligite, de Camargo Guarnieri, em primeira audição mundial, na Igreja N. S. de Fátima em São Paulo. Recebeu, em 1978, o prêmio Melhor Cantor Erudito da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Desde 1981, rege o coral da Universidade Federal de Uberlândia em Minas Gerais, onde também é professora. Também realizou diversas primeiras audições brasileiras de importantíssimas obras do século XX, como por exemplo o “Pierrot Lunaire” de Arnold Schöenberg e estreou diversas obras dos mais representativos compositores que foram encomendadas pela própria intérprete. Este material foi doado ao NAP-CIPEM pela própria Edmar Ferretti e constitui o material de estudo para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa.
O acervo doado
O NAP-CIPEM (Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance) recebeu o acervo musical, que é constituído de todo o acervo pessoal de Edmar Ferretti. O material presente no acervo foi entregue envolto em pacotes de papel pardo que continham uma breve descrição do material presente dentro destes, como por exemplo: Canções, Óperas, Livros, Métodos de Piano, Partituras de Piano e Árias. Foram recebidos ao todo em torno de 100 pacotes que continham as descrições acima.
Em uma reunião prévia realizada em outubro de 2014, com a também coordenadora do Acervo Edmar Ferretti, Prof. Dra. Maria Yuka de Almeida Prado, professora de Canto do Curso de Música da FFCLRP, ficou definido que primeiramente seriam analisadas e catalogadas as Canções de autoria de Compositores Brasileiros, pois havíamos pressuposto que estas provavelmente constituiriam a maioria de materiais do acervo e que devido à grande quantidade de partituras de Canções, poderíamos desde o início do desenvolvimento deste projeto, vir a descobrir novos materiais e até mesmo encontrar obras raras.
A catalogação do acervo
Após definirmos o ponto de partida para a catalogação do acervo, foi adotada a seguinte metodologia: agrupar o material. O Acervo foi dividido em Canções Brasileiras, Óperas Brasileiras, Óperas, Árias de Óperas, Material de Piano (métodos e partituras) e Materiais diversos, tais como bilhetes, cartas e dedicatórias.
O primeiro grupo a ser analisado foi: As Canções Brasileiras. Todas as partituras que se enquadram nesta categoria já foram analisadas minuciosamente a fim de se obter a maior quantidade de informações em relação às peças em questão. Neste processo de catalogação, foram padronizados os seguintes itens: Nome do Compositor, Título da Obra, Instrumentação, Ano de Composição e Fonte (entende-se por fonte a situação do material, se este é proveniente de manuscrito, peça editada e o estado de conservação desta). Ao realizar este processo de padronização, podemos notar quais materiais necessitam urgentemente de revisão e edição devido ao estado de conservação que se encontram ou se são manuscritos dedicados à própria intérprete que nunca foram revisados e editados.
